Estreia de Rogério Ceni pelo Bahia na Fonte tem carinho com torcida, impaciência e pedido de desculpas

Por Tiago Lemos — Salvador

Rogério Ceni comanda o Bahia na Arena Fonte Nova contra o Santos — Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia

O primeiro ato de Rogério Ceni como técnico do Bahia na Arena Fonte Nova foi acompanhado de perto pelo ge, na noite desta segunda-feira, quando o Tricolor perdeu para o Santos, de virada, por 2 a 1, em partida válida pela 24ª rodada do Brasileirão. Ao longo do confronto, o comandante tricolor “jogou junto”, orientou, mostrou impaciência, mas não deixou de apoiar os jogadores ao fim do jogo.

O primeiro contato de perto entre Rogério Ceni e os torcedores na Arena Fonte Nova foi carinhoso. Após entrevista à beira do campo, Ceni acenou e aplaudiu os tricolores, que retribuíram com apoio. Uma relação que, inclusive, contrasta com os últimos dias de Renato Paiva no clube, frequentemente vaiado no estádio.

O segundo ato de Rogério Ceni no estádio aconteceu na entrada em campo dos jogadores para o aquecimento. De início, ele bateu um papo com o diretor de futebol Carlos Santoro e, na sequência, participou das atividades no gramado. No trabalho de finalizações, Ceni foi o responsável por ajeitar a bola para os atletas chutarem a gol.

Reações na beira do gramado

Quando a bola começou a rolar para valer, o início inseguro do Bahia deixou Rogério Ceni preocupado. A cada lance de ataque do adversário, o treinador gesticulava para o campo e para o banco de reservas. Sua maior preocupação pareceu ser a impaciência dos atletas na saída de bola e a pressa para definir as jogadas no ataque.

“Começo muito ruim da nossa parte. Era pra ter domínio, mas foi o Santos que teve as melhores oportunidades”, analisou ao fim do jogo.

Ao ver Marcos Felipe tentar bola longa para Ademir, Ceni falou para o banco que o jogador teria dificuldade para ganhar a jogada por ser o atleta de ataque de estatura mais baixa. Em outro lance, em boa finalização de fora da área de Yago Felipe, o comandante aplaudiu a jogada.

Em vários momentos da primeira etapa, Ceni chamou Camilo Cándido e Ratão, que estavam mais próximos da área técnica, para passar orientações. Na segunda etapa, Gilberto e Ademir foram os interlocutores.

Rogério Ceni, técnico do Bahia, orienta jogadores na beira do gramado — Foto: Tiago Lemos

O momento mais tranquilo de Ceni no jogo foi justamente o período de vitória parcial do Bahia, com gol de Camilo Cándido na etapa final. A partir daí ele “relaxou” e sentou no banco de reservas para uma conversa com sua comissão técnica enquanto ouvia o clamor da torcida por Biel.

Curioso que, as maiores frustrações de Rogério Ceni no jogo, aconteceram poucos minutos após ele mexer na equipe. Um minuto após Biel (pedido da torcida nas arquibancadas) e Mingotti entrarem nos lugares de Ratão e Everaldo (este último muito vaiado), o Tricolor sofreu o empate do Peixe.

Com o placar que não favorecia o Bahia, Rogério Ceni mostrou mais impaciência com as decisões erradas do sistema ofensivo e conversou novamente com membros da comissão técnica. Sua última tentativa foi a entrada de Lucas Mugni no lugar de Yago Felipe.

Mas o Tricolor não evoluiu nos lances ofensivos, mesmo com Ceni pedindo calma e orientando que a bola fosse melhor trabalhada no último terço do campo.

No final, o gol de Julio Furch deixou tudo mais difícil. Após o lance, o treinador pareceu perplexo e parou por alguns segundos antes de gesticular negativamente.

Ao fim do jogo, Ceni entrou no gramado e apoiou seus jogadores. Na saída para o vestiário, diante da torcida, ele acenou positivamente, mesmo com as vaias ao time.


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